ST 6 RELAÇÃO ENTRE SUPERFÍCIES HISTÓRICAS E O GRAFFITI: EAST SIDE GALLERY (BERLIM) E JOCKEY CLUB (RIO DE JANEIRO)

  • Daniela Coutinho Bissoli UFRJ
  • Rosângela Lunardelli Cavallazzi UFRJ

Resumo

A complexidade da paisagem urbana acompanha proporcionalmente a complexidade das sociedades humanas. A cultura age sobre a paisagem transformando-a em um verdadeiro palimpsesto, ou seja, uma sobreposição de camadas ou de narrativas (HOLSTON, 2006). O presente artigo se desenvolve acerca de uma dessas camadas característica da paisagem contemporânea, o graffiti,1 ou da arte urbana. O graffiti será analisado como um fenômeno urbano insurgente que se desenvolve no espaço urbano, criando novas narrativas. Novas por estar o graffiti intimamente ligado à produção de subjetividades nas cidades, e insurgentes por escapar das formas oficiais de construção/planejamento e uso da urbe. A insurgência é usada como em Holston (1996), cuja noção se refere a novas e/ou outras fontes de cidadania e à afirmação de sua legitimidade. No entanto, será abordada a aproximação ou sobreposição do graffiti com uma outra camada/narrativa urbana, a da história. Ou seja, um fenômeno insurgente com característica efêmera, subversiva, transitória, muitas vezes tratado como depredação ou ato de vandalismo, sobrepondo-se, ao elemento histórico, fixo no tempo e no espaço, muitas vezes objetos de preservação, amparado por leis e pelo estado.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas