ST 6 A construção da identidade dos movimentos de moradia: os limites da participação e a (im)possibilidade de emancipação
André Luiz Teixeira dos Santos
FAU-USP
Resumo
Uma das abordagens recorrentes que se observa nas análises feitas sobre o
movimento de moradia passa pela ideia do recuo de uma “prática movimentista”, que se
institucionaliza e revela um possível sinal de desmoronamento e fim. Uma sensação de que
estão quase “encurralados”, sem alternativas “virtuosas” e que se voltam, cada vez mais, para
práticas clientelistas, oportunistas e populistas. O artigo procura redimensionar este
posicionamento, enfatizando as contradições, linearidades e discrepâncias nas ações e práticas
dos movimentos sociais analisados.
O artigo resgata a visão que os movimentos de moradia possuem de suas
principais matrizes discursivas e redimensiona como o fenômeno é observado na atualidade,
evidenciando os principais aspectos que encaminharam o papel dos movimentos de moradia
para crescente polarização em favor de uma moradia social digna e definitiva, que é o
elemento central que atualmente congrega e define a identidade dos movimentos de moradia,
implicando na própria história de produção do espaço da cidade de São Paulo. Para tal, parte
do pressuposto de que o movimento de moradia possui uma atuação que ultrapassa os projetos
pontuais viabilizados, em três níveis.