ST 7 Entre necessidades e exceções A produção do espaço em Belo Horizonte no “futuro do passado”
Thiago Teixeira da Cunha Coelho
Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (IGC-UFMG)
Resumo
A paisagem dos centros metropolitanos acusa a sobreposição de tempos, cuja
moldura fundamental é o mundo do trabalho com seu movimento próprio, transfigurando
vidas em ritmos. Mesmo imersa em suas particularidades, Belo Horizonte sente em seu
traçado e ritmo a forma especifica como a forma-mercadoria se embrenha em seu tecido
desde sua constituição. Há, porém, um corte histórico que a explosão-implosão da metrópole
evidencia. Envolvidos no discurso dualista-desenvolvimentista aparece a reforma urbana que
vem pari passu com o planejamento. O Estatuto da Cidade, para muitos a expressão de uma
vitoria nesta batalha, carrega em teu seio, deitado em berço esplêndido, um elemento cuja
especificidade vem atraindo muitos olhares, em especial os estudiosos da questão urbana e o
grande capital financeiro sempre de plantão. Esse instrumento urbanístico, a Operação Urbana
Consorciada (OUC), em especial sua utilização em Belo Horizonte através da Operação
Urbana ACLO (Antiga Nova BH)2, será nosso foco de análise. Começamos por seu caráter
excepcional, sua maior contradição no plano jurídico-urbanístico, que certamente não é uma
força do acaso. A partir daí pretendemos refletir sobre relação a entre a exceção da OUC em
meio aos instrumentos urbanísticos e o Estado de Exceção como forma especifica do Estado
moderno de constituir uma anti-democracia no seio jurídico da democracia.