ST 2 POLITIZAÇÃO NOS ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO: O CASO DA IV CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANA DE BELO HORIZONTE
Daila Coutinho Araújo
Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (IGC-UFMG)
Floriana de Fátima Gaspar
Programa de Pós-Graduação em Geografia / UFMG
Natália Lelis
Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (IGC-UFMG)
Resumo
A incapacidade dos espaços institucionais para a estruturação de lutas legítimas
que levem a transformações sociais relevantes vem sendo cada vez mais apontada. A crença
no potencial transformador de um Estado Democrático, que teria o papel principal na
realização dos ideais da Reforma Urbana, se frustou de várias formas ao longo das últimas
décadas.
Uma avaliação1 em nível federal dos planos diretores instituídos pelos municípios
depois do Estatuto da Cidade confirmou as expectativas mais pessimistas em relação a esse
instrumento, ao qual a Constituição Federal de 1988 (CF/88) atribuiu papel central no que se
refere ao planejamento e à gestão urbana. Em muitos casos, as manifestações que tomaram as
ruas de várias cidades do país, especialmente em junho de 2013, foram entendidas como
demonstração inequívoca da falência dos espaços institucionais para a constituição dos
diversos agentes sociais como sujeitos políticos2. Nesse sentido, as formas da participação
social institucionalizada, desenhadas a partir da CF/88, tiveram suas ambiguidades
sistematicamente demonstradas e vêm levando cada vez mais à consolidação de uma espécie
de consenso crítico quanto ao seu esvaziamento de potencial transformador.