ST 10 O CONFLITO COMO RAZÃO PÚBLICA NA PRÁTICA DO GRAFFITI: CONFLUÊNCIAS ENTRE ROSALYN DEUTSCHE, HANNAH ARENDT E JACQUES RANCIÈRE

  • Tuani Guimarães de Ávila Augusto Universidade de São Paulo
  • Milena de Lima e Silva Universidade de São Paulo

Resumo

Neste trabalho pretende-se aproximar as discussões sobre a política de Hannah Arendt e Jacques Rancière. Estes dois autores mostram-se interessantes para a discussão, pois incorporam um caráter emancipatório em relação à política. Trazem ferramentas conceituais importantes para desenvolver uma práxis contra-hegemônica (Fair, 2009, p.98). Compartilham também um elemento fundamental que se refere ao conflito capaz de modificar criativamente o mundo. O conflito como razão pública, aponta para a necessidade de se pensar a conflituosidade como racionalidade, e não irracionalidade como pedem os teóricos do consenso. Neste caso, pretende-se incorporar ao conflito ou dissenso, em Rancière, a noção de público de Hannah Arendt, e a definição de espaço público de Rosalyn Deutsche. Apesar de Rancière não resumir o dissenso ao conflito, pode-se tratá-lo como uma expressão do dissenso. Nesta acepção que será utilizado. “É a divisão no núcleo mesmo do mundo sensível que institui a política e sua racionalidade própria” (Rancière, 1996a, p. 368). O termo conflito é adequado, pois, na concepção de Rancière, a política se define na oposição de modos de ser na comunidade e na oposição dos recortes do mundo sensível.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas