ST 7 Transcendências da forma: o projetado, o espontâneo e o induzido em Belo Horizonte
Patricia Capanema Alvares Fernandes
UFMG / KU Leuven
Resumo
Há muito se fala sobre a nova capital de Minas Gerais, mesmo desde um século antes de sua inauguração. Desde que ainda era um sonho setecentista, até começar a tomar forma e ser vivida e descrita histórica e cotidianamente. Mais recentemente a cidade, e sua história, tem sido abordada por arquitetos, urbanistas, geógrafos, além dos historiadores, sob diversos ângulos. Em todas as reconstruções históricas, é impossível deixar de lado o plano de Aarão Reis, aquele que deu origem à cidade, sendo muitas vezes apontado como o culpado por todas as mazelas da cidade. O pouco que tem se falado sobre a forma da cidade projetada, ou seja, tanto o desenho que a precede quanto a materialidade resultante, se limita a breve descrições superficiais do plano para logo qualificar-lhe como falho, irreal, elitista. Diante disso, o presente artigo propõe uma reconstrução da historia espacial de Belo Horizonte, que inclui seus precedentes, ou seja o Arraial do qual só restou o nome, seu projeto urbanístico e sua implementação. Ao contrapor o projetado, o induzido e o construído a pesquisa busca identificar momentos de transcendência da forma imaginada para a cidade e sob quais lógicas ela ocorre. O objeto será abordado através da combinação da documentação histórica com cartografia descritiva e interpretativa abordado como um palimpsesto, não somente de diferentes temporalidades materiais mas também da justaposição de subjetividades.