ST 1 O ESPAÇO DA PRODUÇÃO E A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO
Fausto Moura Breda
Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos
Resumo
Da Escola de Chicago, passando pela crítica estruturalista (Castells, 1983) e pela
perspectiva da produção social do espaço (Lefebvre, 2006; Gottdiener, 2010), é possível
identificar um processo de amadurecimento da teoria do espaço. Entender sua gênese social
segue sendo um pilar para a compreensão do espaço urbano e, consequentemente, das
cidades.
A noção da totalidade que envolve o espaço social deve ser resgatada a partir de
conceitos, ou abstrações concretas (Lefebvre, 2006; 2008), que emergem da própria realidade
social. Esse artigo tem por objetivo problematizar: a partir de qual arcabouço teórico é
possível se aproximar de uma leitura mais global do espaço social e, por consequência, do
espaço urbano?
O estudo dos fenômenos espaciais tem demonstrado que o uso de uma ou outra
categoria analítica é importante. Tratarei então do espaço social a partir da categoria
produção, desdobrando um conjunto categorial útil para entender a transição do espaço
prático-sensível ao espaço social. A abordagem visa compreender o processo real de produção
“como unidade do processo imediato de produção e do processo de circulação” (Marx, 1988,
p.260), fazendo a separação teórico-analítica entre os dois momentos para depois buscar as
relações dinâmicas e contraditórias que envolvem seu entrelaçamento no interior do processo
real de produção do espaço.
Partirei de aspectos conceituais mais abstratos relativos à produção social do
espaço para depois avançar na perspectiva de produção do espaço capitalista, desde o espaço
da produção (a construção) como primeiro momento, passando pelo espaço como produto
(mercadoria) e como instrumento, até a produção do espaço abstrato – espaço capitalista por
excelência – e suas contradições com a própria forma urbana que ele representa.