ST 8 Barreiras e permeabilidades nas Superquadras de Brasília
Ludmila de Araujo Correia
Universidade de Brasília
Resumo
Este artigo traz uma discussão sobre as barreiras não-físicas das superquadras de Brasília e seus impactos na segregação do espaço, partindo da análise da permanência e circulação de pessoas. Ao analisar empiricamente algumas superquadras, observa-se que a circulação de pessoas acontece especialmente nas fronteiras entre as superquadras residenciais e as entrequadras comerciais, e nos limites entre a superquadra e as vias L1 ou W1, que separam as superquadras. A própria configuração dos passeios de pedestres parece não convidar à circulação entre as residências, fazendo da superquadra quase um espaço privativo aos moradores do lugar. Os espaços públicos internos, assim, são vistos por muitos moradores como de uso prioritário dos residentes, visto que para o usuário externo os espaços seriam apenas – e no máximo – espaços de passagem. Entendendo que a configuração espacial impacta a forma de apropriação dos espaços públicos internos à superquadra e os conflitos entre moradores e usuários externos, propõe-se uma reflexão sobre a influência barreiras e permeabilidades no uso e apropriação dos espaços públicos da superquadra por diferentes sujeitos.