ST 4 ÁREAS PROTEGIDAS E ESPAÇO ABSTRATO: CONTRADIÇÕES DA POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA E DESVIO NA APA FAZENDA CAPITÃO EDUARDO (BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS).

  • Ana Carolina Pinheiro Euclydes Escola de Arquitetura da UFMG

Resumo

Posicionar-se a favor da natureza, nas últimas décadas, tem sido requisito de legitimidade nos mais diversos campos de debate relacionados ao ordenamento do território – nos projetos governamentais, na publicidade dos empreendimentos econômicos, nas campanhas eleitorais, na legislação urbanística... A disseminação do discurso ambientalista contrasta, porém, com a realidade socioambiental brasileira, marcada pelo avanço da degradação ambiental, pela limitada fiscalização e pela explícita transgressão das normas ambientais1. Seria possível afirmar, no limite, que a proteção ambiental no país tem tido mais importância no discurso que na prática. Num tal contexto, e na falta de uma discussão política sobre a temática ambiental2, os discursos relacionados à natureza são mobilizados com finalidades diversas, e até mesmo antagônicas. Nesses debates, o que se discute não é a forma como a ação de cada agente se soma na defesa de uma “causa universal ecológica”, mas como cada ação parcelar pode ser justificada a partir do ideário de universalidade da causa – o que torna as habilidades persuasivas mais decisivas que a “veracidade” dos argumentos (THÉVENOT; LAFAYE, 1993 apud ACSELRAD, 2004).
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas