ST 10 UMA CIDADE INDIFERENTE: Espaço Generificado de Resistência à Cidade-Mercadoria
Rossana Brandão Tavares
Unigranrio
Resumo
Com vistas a adentrar nas fileiras das cidades ditas globais, o Rio de Janeiro há
décadas tem sido objeto de transformações urbanas onde emergem novos circuitos num
contexto de reestruturação econômica em escala internacional (Sassen, 2010; Sánchez, 2009).
A importância de construção de uma imagem de cidade segundo padrões internacionais
hegemônicos, revelam a tendência a um pensamento único que capturam discursos, mesmo
daqueles ditos mais críticos, legitimando “revitalizações, requalificações, revalorizações” que
só revelam eufemismos para a reconquista do espaço urbano (Arantes, 2009) a favor de novas
exigências de acumulação capitalista. Sem adentrar nos meandros das diferenças desses
processos entre os países do norte e do sul, é importante salientar que a pressão por esse
modelo dominante de catálogo, uma cidade-mercadoria, perpetuam inúmeras estruturas de
gênero antigas, nutridas por novas dinâmicas (Sassen, 2010). Percebemos que essas estruturas
de perpetuação das desigualdades de gênero revelam-se mais perversas quando se impõem
uma visão de justiça social imperativamente baseada na distribuição de recursos (Fraser,
2012), ou seja, a partir da dimensão de classe.