ST 7 Ócio e Lazer em São Paulo da Belle Époque. A vilegiatura marítima e a invenção do Guarujá enquanto balneário da metrópole (1890-1915).

  • Carlos Eduardo Collet Marino FAU USP

Resumo

O presente artigo aborda a invenção e constituição da Vila Balneária do Guarujá em fins do século XIX, evidenciando o estreito vínculo entre a expansão territorial paulista e o avanços tecnológicos, o desejo pela diversificação de investimentos de parte da elite cafeicultora e, sobretudo, o avanço de novas práticas sociais. Elevando o lazer à posição de centralidade no processo de expansão urbana, a vila balneária construída na Ilha de Santo Amaro, ao longo dos primeiros 20 anos de sua existência, pode contribuir para a compreensão da complexidade inerente ao processo de urbanização do território paulista. A ênfase no modo como as práticas culturais se relacionam dialeticamente com o processo de urbanização se constitui como chave interpretativa para a leitura do empreendimento e é a partir dessa relação de interpendência que se estudarão os discursos que embasam a conformação da vila, presentes em sua arquitetura e urbanismo. São ressaltados dessa forma aspectos que buscam reconstruir o universo constituinte e constituidor desse novo invento, fundamentalmente por meio de uma sistematização e correlação de notícias trazidas em periódicos ou relatos do período em análise. Assim ganham relevância o poder atribuído às águas e a conformação de um território organizado e controlado em torno dos prazeres do homem.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas