ST 4 Os bens de uso comum na atualidade: a questão “água”

  • Maria Angelica Maciel Costa Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar as racionalidades de gestão que envolvem o manejo comunitário da água, de um lado, versus a gestão estatal que impõem uma gestão tecnicista e burocratizada, de outro. De forma mais específica, este artigo pretende analisar questões éticas e políticas de acesso e usos da água. O fato de a água poder ser gerida tanto como se fosse um ‘bem de uso comum’, quanto como se fosse uma mercadoria, será o fio condutor das nossas reflexões. Com base em um extenso trabalho de revisão teórica, e de campo, foi possível refletir sobre questões que envolvem a “propriedade”, legitimidade para gerir, o valor e os usos atribuídos à água. A despeito de grande parte da população brasileira possuir uma mentalidade urbana, baseada nos valores culturais ocidentais, é necessário um olhar crítico frente às consequências de políticas públicas de gestão de águas que desconsideram as formas de manejo comunitário das águas em suas formulações. Isto porque, acreditamos que é esta indiferença com relação aos usos tradicionais e simbólicos da água - para dar preferência aos usos da água para fins “desenvolvimentistas” (sob uma visão antropocentrista), regidos sob a lógica tecnicista e do mercado - que está no cerne dos conflitos pelo uso da água.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas