ST 7 Desafios da Vila Itororó: história e memória da metrópole paulistana

  • ana claudia scaglione veiga de castro Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
  • Sarah Feldman IAU-Universidade de São Paulo

Resumo

A Vila Itororó – um conjunto composto por um palacete eclético de quatro andares adornado por 18 colunas, renques de casas assobradadas, uma área de lazer com piscina, foi construído no início do século 20 em São Paulo, a meio caminho entre a colina histórica e o espigão da Avenida Paulista. Obra concebida e realizada por Francisco de Castro, filho de imigrantes portugueses, ex-caixeiro viajante e comerciante de relativo sucesso que se insere nos negócios imobiliários num momento crucial da modernização da capital, o conjunto combina sua capacidade criativa, visionária e o desejo de expor seu status social compatível com sua ascensão financeira à possibilidade de auferir renda através do aluguel de moradias. A Vila foi tombada em 2005, após um longo processo que se iniciou nos anos 1970 com o projeto de sua transformação em um centro cultural de uso público e culminou com a sua desapropriação pelo Governo do Estado em 2006 e a retirada de seus últimos moradores em 2013. Este texto recupera as motivações e os agentes envolvidos neste largo processo, de modo a iluminar os movimentos que fizeram da Vila Itororó uma área de interesse para o patrimônio em São Paulo e os embates e as contradições de seu tombamento que levaram à negação de sua história como espaço emblemático de práticas de moradia de aluguel. Busca-se aqui contribuir para a discussão sobre os sentidos da história e da memória nas estratégias de preservação na metrópole paulistana.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas