ST 6 Cultura, Resistência e Transgressão no Rio de Janeiro: dos movimentos das favelas aos protestos de 2013
lucia capanema alvares
Universidade Federal Fluminense
Andre Luiz Cavalcante
Secretaria Municipal de Administração de Niterói
Jorge Luiz Barbosa
Universidade Federal Fluminense
Resumo
O processo de apagar as características que não se encaixam em uma imagem comercializável do Rio de Janeiro - como favelas, desabrigados e prostitutas - junto com des-investimentos territoriais e infraestruturais -, tem gerado uma onda transgressiva e criativa na cidade, resultando em diferentes manifestações políticas e culturais dos cidadãos, construída sobretudo por movimentos sociais que transformam a cultura em atitude estética política e a política em uma atitude de resistência cultural, criando diversas manifestações na esfera pública. Elas variam desde as propostas de grupos de artistas nas favelas, mostrando sua diversidade e sua capacidade de proliferação, até os movimentos de 2013, reunindo redes altamente virais e transgressivas com manifestações criativas dos cidadãos. Ambos os tipos de resistência - provenientes das favelas e dos movimentos - foram estudados recentemente: o Observatório das Favelas mapeou movimentos culturais através de um estudo qualitativo sobre as manifestações de 400 organizações de cinco favelas. Estudantes do Programa de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense realizaram uma pesquisa probabilística com 385 participantes dos movimentos de junho de 2013 e mapearam qualitativamente suas abordagens imagéticas, permitindo especular sobre a organização e as formas culturais das manifestações. As lições para o planejamento de uma cidade mais cidadã e justa parecem incluir o que não deve ser feito por parte do governo e o que não deve ser negligenciado ou deve ser mais incentivado por parte dos movimentos sociais.