ST 9 Banhado Resiste: estratégias discursivas de uma comunidade habitante de área protegida
Douglas de Almeida Silva
Universidade do Vale do Paraiba - Univap
Resumo
A continuidade das práticas do planejamento funcionalista, centralizado no aparelho estatal e definidor de padrões de uso e ocupação do solo, foi atualizada pelo planejamento estratégico de mercado. Neste contexto, as unidades de conservação são comumente permeadas por conflitos entre os diversos atores sociais envolvidos. Este artigo tem objetivo analisar as estratégias discursivas dos atores sociais envolvidos nas APAs urbanas, a partir do estudo de caso de uma comunidade que vive há mais de três gerações numa área de proteção ambiental: a comunidade do Jardim Nova Esperança (Banhado), de São José dos Campos – SP. A pesquisa foi norteada pela seguinte questão: quais as estratégias discursivas dos atores sociais envolvidos nas APAs urbanas para defender e viabilizar projetos contra-hegemônicos? A metodologia baseou-se em pesquisa exploratória, histórica e sociológica, realizada pela análise documental e observação participante. Os parâmetros de análise das fontes primárias e secundárias fundamentaram-se nos conceitos de campo e capital social de Bourdieu. A observação participante foi conduzida nas reuniões de bairro da Comissão de Moradores do Banhado e movimentos sociais apoiadores. A pesquisa revela como os novos movimentos sociais podem ampliar as formas de comunicação dessas comunidades, fornecendo-lhes um novo posicionamento no campo de disputas do planejamento urbano.