ST 10 O Lugar das práticas comunitárias emergentes nas transformações urbanas

  • HELIANA FARIA METTIG ROCHA PPGAU/FAUFBA

Resumo

Observando as práticas comunitárias emergentes em áreas urbanas no Brasil e no mundo, estas se assemelham aos novos movimentos sociais da sociedade em rede, pela forma com que expressam resistência criativa. Entretanto, as práticas estudadas se materializam no ambiente construído de forma espontânea, por isso não hegemônica, em relação às intervenções governamentais de projetos de renovação urbana. Pressupõem-se caracterizadas pela autogestão no enfrentamento a impactos sociais e ambientais recorrentes em seu cotidiano. Nesse sentido, a percepção desse fenômeno incita questionar se essas práticas coadunam com o Direito à Cidade por meio da (re)apropriação e produção de lugares que, antes abandonados, passam a ser devolvidos para a cidade – o que também amplia a capacidade transformativa urbana, ao considerar a interdependência dos componentes envolvidos. O artigo analisa dois casos de práticas urbanas emergentes de comunidades em áreas urbanas desfavorecidas, principalmente nas bordas de áreas ambientalmente sensíveis no Rio de Janeiro e São Paulo. As adversidades encontradas são enfrentadas, inicialmente, por propósitos individuais que potencializam a sensibilização da comunidade, fortalece uma rede local de agentes e reflete em mudanças socioespaciais expressivas. O fenômeno é analisado pela abordagem da ecosofia - filosofia que fundamenta o paradigma ético-estético com engajamento político – por meio da interdependência entre as ecologias mental, social e ambiental. Enfim, fica evidenciado o protagonismo exercido pela ação de indivíduos e coletivos nos processos de transformação urbana, o que posiciona o ‘lugar’dessas práticas comunitárias emergentes, quando engajadas a questões socioecológicas, como coadjuvantes nas atuais condições de complexidade dos processos de projeto de arquitetura-urbanismo.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas