A política de desenvolvimento brasileiro tem nos anos 2000 o Estado como agente central. Se durante a década de 1980 tem-se a hegemonia da política de livre mercado, o período atual é marcado pela inserção do país em escala internacional frente a novos arranjos políticos-institucionais internos. Neste contexto, emergem instituições públicas responsáveis por promover setores considerados estratégicos para o país, mas que trazem grandes consequências socioambientais, tais como: o agronegócio, mineração, extração do petróleo e infraestrutura. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se consolida como um dos instrumentos mais importantes desse período. Entretanto, os financiamentos a partir do BNDES promovem novas lógicas de acumulação que não estão destituídas do seu caráter espacial e conflitivo. Ao mesmo tempo em que o BNDES aumenta consideravelmente os seus desembolsos, crescem as denúncias de violação de direitos humanos e impactos ambientais irreversíveis em projetos financiados pelo Banco. Considerado um importante centro de execução de políticas públicas, refletir sobre a problemática que envolve a temática ambiental no BNDES, assim como sua política de entorno, nos ajuda a compreender o lugar desta questão nas políticas de promoção de desenvolvimento brasileiro. Este trabalho, tem o objetivo de propor algumas considerações sobre o papel do Banco na inserção da economia brasileira e de que forma esse processo tem-se mostrado contraditório nos aspectos relacionados à questão ambiental.