ST 8 JANE JACOBS: CONTRADIÇÕES E TENSÕES

  • Bianca Margarita Damin Tavolari usp

Resumo

Em 2000, ano de sua campanha à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PT-SP) fez uma intervenção pública para explicitar sua visão para a cidade nos próximos anos. São Paulo deveria ter mais “vida nas ruas”, já que “quanto mais diversificado o uso da rua, maior a segurança” (Suplicy, 2000). A fórmula é devidamente acompanhada dos créditos: The death and life of great American cities1, de Jane Jacobs. Logo em seguida da gestão de Marta Suplicy, José Serra (PSDB-SP) foi eleito prefeito de São Paulo e o mesmo livro passou a ocupar sua mesa de cabeceira, além de ter sido recomendado para seus auxiliares mais próximos.2 Após sua eleição para a prefeitura do Rio de Janeiro, César Maia (então PFL-RJ, hoje DEM-RJ) conclamou uma renovação da esquerda. A “esquerda mecânica” que dá título a seu artigo na Folha de São Paulo é associada à figura de Robert Moses, conhecido pelas demolições em massa e obras viárias que atravessaram bairros inteiros na Nova Iorque dos anos 1950 e 1960. A figura da renovação é a de Jane Jacobs, crítica explícita de Moses. Protagonista da resistência, ela teria sido responsável por apresentar “a todos a cidade das pessoas, dos vizinhos” (Maia, 2004). Sua admiração por Jacobs o levou a denominar a sede do Instituto Pereira Passos de Edifício Jane Jacobs.3 Já Alfredo Sirkis (PV-RJ) diz que a autora – “uma heroína do nosso tempo” – escreveu o livro que teria mudado sua vida.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas