ST 3 COMPLEXOS INDUSTRIAIS, CIRCUITOS ESPACIAIS PRODUTIVOS E DIREITO REFLEXIVO
Ricardo Mendes Antas Jr.
Departamento de Geografia FFLCH USP
Resumo
O esgotamento do fordismo como modo de regulação das nações mais
industrializadas, em geral representado por EUA, Europa Ocidental e Japão (ou a tríade1) foi
uma transformação profunda que fez alterarem-se muitos fundamentos do sistema econômico
mundial. Nunca é demais lembrar que o fordismo em grande medida esgotou porque estava
em descompasso com as necessidades sociais novas que ele mesmo ajudou a criar (Boltanski
e Chiapello, 2019; Harvey, 1992; Lipietz, 1988).
A crise macroeconômica que atravessava o sistema mundial naquele momento
estava gerando, em um nível mais específico, um novo fundamento para o espaço geográfico,
conforme já foi analisado em profundidade por Santos (1978) Harvey (1992) entre outros, por
meio da ciência e das técnicas desenvolvidas no pós-guerra, que foi a possibilidade de
manipular processos em diferentes territórios simultaneamente. Outro novo fundamento que
estava emergindo, associado ao primeiro, foi a criação da informação monetária ou o dinheiro
em estado puro (Santos, 1996; 2001) que traria possibilidades inéditas e com amplos
horizontes de acumulação futura. Assim, de uma vez, acontecimentos e dinheiro ganharam a
potencialidade de assumir a forma ubíqua a depender do tipo e da força do agente que os
manipulam.