ST 6 Transformações Espaciais através de Usos Temporários e Culturais no Rio de Janeiro: um Primeiro Ensaio

  • Claudia Seldin PROURB/FAU-UFRJ
  • Lilian Fessler Vaz PROURB/FAU-UFRJ

Resumo

Neste artigo, desenvolvemos uma primeira abordagem sobre o tema dos usos temporários de caráter cultural no Rio de Janeiro, focando em áreas historicamente marginalizadas e carentes de equipamentos culturais tradicionais. Iniciamos nosso ensaio refletindo sobre os vazios urbanos, espaços residuais e intersticiais existentes na cidade e sobre a tendência atual de realização de operações urbanas no âmbito de megaeventos, como é o caso do Porto Maravilha. Apresentamos, então, um contraponto a esta forma de intervenção, mencionando novos tipos de apropriações espaciais que vêm sendo observadas em locais anteriormente projetados para outras funções, como é o caso de espaços livres e de lazer implantados sobre a infraestrutura viária. Apoiamo-nos no conceito de “espaços soltos” para defender a importância de locais que permitem este tipo de ocupação - que difere do propósito original, traz vida ao espaço urbano e, geralmente, surge como uma iniciativa de habitantes locais em resposta as suas reais necessidades. Para ilustrarmos nosso argumento sobre a importância de apropriações improvisadas e usos temporários, apresentamos dois estudos de caso distintos: o baile charme sob o Viaduto Negrão de Lima no bairro suburbano de Madureira e o Sitiê – um antigo lixão transformado em parque urbano na favela do Vidigal.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas