SL42 CIDADE E CULTURA: DIMENSÕES CONTEMPORÂNEAS
Resumo
A proposta de sessão livre coordenada “Cidade e Cultura: dimensões contemporâneas”, tem como objetivo estabelecer uma reflexão e um debate sobre práticas, representações e processos que impactam a cidade, estabelecendo um diálogo interdisciplinar sobre as dimensões da cultura e da espacialidade da cidade, suas continuidades e transformações em curso.
Assim seu objetivo é iniciar uma discussão sobre processos de transformação dos espaços urbanos em curso, aproximando-se de algumas situações espaciais concretas a partir das quais fosse possível buscar o confronto entre construções teóricas que permitam dar conta, por exemplo, dos fenômenos, cenários e atores urbanos, bem como ampliem ou confrontem as concepções clássicas de espaço público. Com isso pretende-se iluminar formas emergentes de urbanidade em suas dimensões sócio- culturais, correlacionando suas especificidades territoriais, ambientais, sociais e públicas, seus processos de transformação e suas permanências, seus elementos estruturantes e suas linhas de força.
A reflexão sobre essas questões parece requerer um equilíbrio entre a consideração crítica e a construção de novos enfoques de leitura para compreender as mutações do espaço e dos territórios urbanos, como um diagrama que articula conexões plurais entre a matriz histórica e a multiplicidade de fluxos e matérias, apreensível a partir de campos de saber que se cruzam, desdobrando-se em questões sobre as novas conformações, possibilidades e impossibilidades de constituição de espaços públicos e privados, na multiplicidade de narrativas e significados, nos vínculos e disjunções entre conflitos e consensos, cultura, intervenções e projetos na escala da cidade contemporânea.
Nesse sentido, na ótica de uma relação dialética entre o espaço público e o espaço privado, é possível afirmarmos que produzir a cidade contemporânea é produzir espaços públicos e privados como suporte de uma forma cultural? Qual o conceito contemporâneo de cidade? A que se refere hoje o direito à cidade? Da repetição à rememoração, do histórico ao psicológico, do coletivo ao individual, como se constituem os ‘lugares urbanos’ no contexto e sob o impacto das tecnologias de informação e suas práticas, infra-estruturas, aspectos sociais e representações? Como imaginar uma espacialidade urbana capaz de abrigar – social, cultural e funcionalmente – de forma adequada a urbanidade em que vive a maioria do planeta?
Justificativa / Problematização
A cidade contemporânea encontra nos fenômenos de estetização e espetacularização, um mecanismo poderoso de controle simbólico da produção e da ocupação de sua paisagem e de sua espacialidade. Aventurar-se pelo urbano hoje implica, por um lado, experimentar as várias faces da transformação da noção tradicional de cidade, como entidade e imagem unificada, em um conjunto de situações espaciais e sociais conflitivas e aparentemente desconexas e, por outro, compreender até que ponto a cidade do espetáculo é a cidade transformada, no extremo, em mercadoria onde o capital investido crescentemente em cultura tem um papel importante na definição de suas transformações físicas e, conseqüentemente, sociais.
Observa-se na contemporaneidade uma cidade entremeada por tessituras morfológicas inéditas que, operando em um contexto sócio-cultural diferenciado interrogam interpretações, modos de uso e apropriações da paisagem urbana (tanto em sua materialidade quanto em suas práticas). Nesses termos, investigar a cidade contemporânea, particularmente quanto à conformação e configuração de sua espacialidade, e dos processos de transformação de seu território e de sua