SL35 RENOVAÇÃO URBANA, GESTÃO DO TERRITÓRIO E CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO

  • Tomás de Albuquerque Lapa UFPE
  • Suely Ribeiro Leal UFPE
  • Virgínia Pitta Pontual UFPE
  • José Brandão UFPE
Palavras-chave: RENOVAÇÃO URBANA, GESTÃO DO TERRITÓRIO, PATRIMÔNIO

Resumo

A partir dos anos 1990, as grandes cidades buscaram requalificar, ou em alguns casos mais graves de deterioro, revitalizar os Centros Urbanos, através da definição de novos usos, atribuídos tanto ao Patrimônio Natural quanto ao Construído.
Os novos modelos urbanísticos de requalificação urbana têm em comum a preocupação de resgatar valores simbólicos e paisagísticos, que muitas vezes se opõem à lógica modernista e seus modelos positivistas, onde a busca pelo ideal racional-tecnicista gerava a renovação urbana indiscriminada e construía ambientes simplórios, assépticos e desprovidos da riqueza sócio-cultural, típica dos centros urbanos tradicionais.
Mais recentemente, os modelos de empreendedorismo urbano, fundados no ideário neoliberal, têm como referencial principal o empresariamento das cidades e vêm se consolidando como receituário padronizado na gestão das cidades.
Adotado, em maior ou menor grau, em diversas cidades no mundo inteiro, o movimento que busca resgatar a carga simbólica e paisagística dos centros urbanos tradicionais destacou-se a partir das experiências “bem sucedidas” de diversas cidades européias e norte-americanas, em particular, das pioneiras, como Bolonha e Ferrara na Itália, Boston, Baltimore e São Francisco, nos EUA e Londres e Glasgow, na Grã-Bretanha.
No caso do Brasil, depois da experiência em pequena escala, empreendida no Centro Histórico de Curitiba, em meados dos anos 1970, o modelo se consolidou com o Projeto Corredor Cultural do Rio Janeiro, que hoje abrange mais de 3.500 imóveis e diversos centros culturais, além das experiências dos Centros Históricos de São Luís, do Recife e do Pelourinho, em Salvador.
De conformidade com a lógica da globalização, as intervenções contemporâneas apoderam-se, particularmente, das Áreas Portuárias e Waterfronts como os locais “perfeitos” para espetáculos mediáticos ou eventos ocasionais, que também “lucram” com a sua centralidade e acessibilidade. Essas possibilidades empreendedoras passaram a ser incorporadas pelos gestores como justificativa para as grandes renovações urbanas e para alavancar o Planejamento Estratégico, através de empreendimentos como Exposições Mundiais, Olimpíadas, Feiras Internacionais etc. Tal modelo, iniciado com as Feiras Mundiais de Paris (1889) e Chicago (1893), foi utilizado em nossos dias em casos emblemáticos como no de Barcelona, onde os esforços de recuperação da Área Central foram deflagrados pelos Jogos Olímpicos de 1992, e no de Gênova, onde a Exposição do Quinto Centenário de Colombo de 1992 não gerou os impactos previstos nos esforços para a Revitalização do Waterfront.
QUESTÃO CENTRAL
Quais os riscos dos projetos estratégicos de renovação urbana para as Cidades e os Cidadãos, na medida em que eles envolvem dois paradoxos de naturezas bastante contraditórias: construir destruindo ou construir construindo, isto é, conservando o patrimônio?
OBJETIVO
A Mesa aqui proposta tem como objetivo trazer elementos para a reflexão sobre os impactos dos projetos estratégicos de renovação urbana, com ênfase no âmbito metropolitano, no que diz respeito às implicações nos processos de governança local e aos rebatimentos sobre a conservação urbana.

Publicado
2019-04-07
Seção
Sessão Livre