GT5 - 911 O Projeto da Usina Hidrelétrica de Ji-Paraná: Algumas Lógicas em Disputa
Resumo
Este artigo se volta para a mobilização provocada pela possibilidade de construção da Usina Hidrelétrica de Ji-Paraná, em Rondônia. Tanto na primeira tentativa de construção, no final dos anos 80, como na atual retomada do projeto, a U.H.E. Ji-Paraná enfrentou grande resistência, principalmente das populações indígenas potencialmente atingidas pela obra. Os povos Araras, Gavião e Zoró reivindicam o poder de decisão sobre seu território e negam qualquer possibilidade de cooperação com a obra. Por outro lado, as empresas responsáveis pelo projeto e seus defensores insistem em sua viabilidade econômica, apesar dos prejuízos ambientais e sociais previstos. As populações potencialmente atingidas – que incluem ribeirinhos, pescadores e pequenos agricultores, além dos povos indígenas, são tratadas como obstáculos ao desenvolvimento e não são consideradas no planejamento do projeto. Assim, é possível identificar pelo menos duas lógicas em confronto, que, por sua vez, revelam concepções distintas sobre desenvolvimento e natureza, evidenciando a dimensão de violência presente na disputa entre empresas barrageiras e populações atingidas.