GT5 - 62 Territórios, Identidades e Lutas sociais na Amazônia.

Resumo

O modelo que orientou o processo de ocupação e apropriação da Amazônia nas últimas décadas esteve pautado num projeto de modernização conservadora materializado nos planos e planejamentos do Estado autoritário e na implantação de “grandes projetos”. Esse projeto de modernização produziu um novo ordenamento territorial na região, onde não havia espaço para as “comunidades tradicionais” com suas formas coletivas e familiares de apropriação da terra e dos recursos naturais, seus modos de vida eram vistos como um obstáculo ao “desenvolvimento” e ao “progresso”. Num processo de r-existência a esse projeto vem ocorrendo a partir da década de 1980 a emergência de um conjunto de movimentos sociais que canalizam as forças políticas das “comunidades tradicionais”, que começam a se organizar constituindo-se como novos protagonistas que ganham visibilidade a partir dos inúmeros antagonismos e lutas em defesa de seus territórios No processo de constituição de novos sujeitos políticos essas comunidades mobilizam estrategicamente e performaticamente novos discursos identitários que apontam para uma valorização e politização das culturas, dos modos de vida, das memórias e das territorialidades “tradicionais” que historicamente foram suprimidas, silenciadas e invisibilizadas e que agora ganham força como estratégia de luta pelo exercício ou mesmo invenção de novos direitos.