GT4 - 1090 Centralidade Ambiental x Invisibilidade Urbana

(ou os novos “fantasmas” da Amazônia)

Resumo

Desde os relatos de viajantes a partir do sec. XVI até as narrativas recentes, presentes na mídia, a representação do espaço amazônico é cunhada pela noção do exotismo, revertido recorrentemente em estranhamento ou encantamento diante da “terra incógnita” - esta, entendida, repetidamente, como fonte disponível de riquezas naturais para a solução de problemas externos – sejam eles lusitanos no passado distante; nacionais, a partir das políticas desenvolvimentas dos anos 70 ou globais, diante das noções de biodiversidade e sustentabilidade planetária, na atualidade. Tal centralidade ambiental, seja como for, tende a promover a invisibilidade de grupos humanos, em especial, na atualidade, das populações urbanas da Amazônia. Uma opacidade de caráter contraditório, considerando-se o intenso processo de urbanização que vem se dando na região. A proposta deste trabalho, com mera pretensão de ensaio, é discutir a invisibilidade do urbano na Amazônia como efeito colateral de uma centralidade ambiental estratégica e polifônica, ou seja, reconhecível nas várias vozes que disputam a imposição de sentido do que vem a ser “Amazonia”.