GT4 - 1078 Minas e a América Portuguesa
(des) caminhos de uma rede urbana em formação
Resumo
Por serem estruturas de grande permanência temporal, os caminhos, sobretudo os grandes eixos macrorregionais, – abertos pelas rotas indígenas, redescobertos pelas incursões desbravadoras e consolidados pelas trocas mercantis – urdiram a economia da América Portuguesa, em suas articulações e compasso com as economias microrregionais, como as de Minas, e destas com as de além-mar. Mas esses caminhos não foram responsáveis por todas as urdiduras, pois tais articulações também ocorriam nas picadas abertas na clandestinidade, ou nelas repercutiam com diferentes vieses, dando suporte às rotas de fuga dos quilombolas, dos fugitivos da justiça, dos descaminhos do ouro e de mercadorias. Economias fora da ordem vigente, dela subversoras, mas nem por isso fora do grande sistema de redes de clientela, na maioria das vezes atrelado às autoridades da Coroa e do clero e aos potentados locais. Este trabalho enfoca, especificamente, os primórdios da colonização do território mineiro, através do processo de estruturação de um de seus principais caminhos – o Caminho Novo –, buscando discutir, por um lado, as estratégias diversas adotadas pela Coroa Portuguesa no controle e gestão desses espaços e seu papel na estruturação da rede urbana da América Portuguesa.