GT4 - 456 Pensar e agir sobre o Território das Secas

Planejamento e cultura técnica no Brasil (1870-1920)

  • George Alexandre Ferreira Dantas EESC/USP
  • Angela Lucia de Araújo Ferreira PPGAU/UFRN
  • Hélio Takashi Maciel de Farias PPGAU/UFRN
Palavras-chave: Território das Secas, Nordeste, Seca, Semi-Árido, Cultura, Imaginário, Modernização, Desenvolvimento

Resumo

Problematizadas até a atualidade pela literatura, as secas ajudaram a delimitar (cultural e geograficamente) o Nordeste como região – processo no qual podem ser desveladas portanto questões sobre as características da modernização nacional e da configuração do seu território. Este artigo pretende debater a construção do território das secas como parte estrutural das discussões sobre a formação da nação na virada para o século XX e, principalmente, da constituição da cultura técnica moderna no Brasil. Afinal, as “secas” configuraram um espaço de embates técnicos e políticos – em torno do qual saberes se forjaram e/ou foram postos à prova. Ao pensar – e propor soluções para – a estruturação do território nos sertões, importantes técnicos, como Saturnino de Brito, Aarão Reis e Henrique de Novaes, ajudaram a construir e delimitar (conceitualmente) um território como objeto de estudo e de intervenção (planificada, articulada, multidisciplinar) e, concomitante, um olhar para abarcar esse novo objeto. Destarte, deve-se questionar quais matrizes teóricas, representações e instrumentos se revelam e se transformam nessa operação intelectiva e prática. Por fim, são discutidas algumas possíveis relações entre o pensar e o agir sobre o território e sobre a cidade.

Publicado
2019-03-07
Seção
Sessões Temáticas