GT3 - 852 Curitiba, Metrópole Corporativa
Fronteiras da Desigualdade
Resumo
Este trabalho refletirá sobre as mudanças ocorridas nas periferias metropolitanas, que configuram um espaço marcado pelo acirramento das desigualdades sociais e pelos contrastes urbanos. A dualidade centro-periferia não é suficiente para explicar o espaço metropolitano e as suas dinâmicas. As rugosidades, oriundas do padrão anterior, imbricam-se nas transformações recentes dos espaços subdesenvolvidos, produzindo novas desordens/ordens. O Condomínio fechado Alphaville Graciosa e a ocupação irregular Vila Zumbi dos Palmares representam, de forma mais nítida, a conformação da segregação. Novos conceitos e modos de vida estão em disputa, agentes entram em cena na governabilidade metropolitana e pactos são constantemente feitos e refeitos. A ordem instituída na periferia tem forte poder de “colonizar o território”, ou melhor, impor estratégias de dominação e de extrair (ou desfrutar) do lugar suas qualidades. Milton Santos explica que nesse cenário as cidades não explodem pela ação simultânea de processos relacionados à economia urbana e às estruturas de enquadramento sociocultural, que condicionam as ações da vida urbana. E, nesse círculo vicioso, a pobreza apresenta seus mecanismos de dominação fazendo com que a população tenha dificuldade de discernir os reais motivos que encobrem determinados interesses.