GT1 - 430 Potencial e Limitação do Planejamento Participativo
Reflexões sobre a Superação da “Colaboração” pela “Subversão”
Resumo
Inicialmente, o presente trabalho apresenta a vertente participativa do planejamento em oposição às perspectivas do Novo Urbanismo (New Urbanism) e do planejamento para a “cidade justa”. Compreende-se, a partir daí, esse planejamento comunicativo ou colaborativo como “mediação” entre diferentes esferas da vida social e política. Uma leitura crítica de seus constituintes leva à hipótese de que sua superação (dialética) poderá ser possível na medida em que o planejamento assume outras formas de mediação que contemplem os condicionantes concretos de um “espaço-tempo” envolvidos no processo, mas negligenciados em boa parte nas propostas participativas. As mediações do planejamento comunicativo contemplavam, em primeiro lugar, a força “comunicativa” de contestação cotidiana que surgia da convivência de pessoas e permitia uma intermediação racional entre esse poder comunicativo do mundo da vida e o poder político e administrativo do sistema. Agora, uma forma “radicalmente espacial” do planejamento procura caminhos para que, através de sua intermediação, às forças “subversivas” das práticas espaciais do cotidiano ganhem maior influência e expressão na formulação de intervenções em espaço e sociedade que exigem novas técnicas e procedimentos no processo de elaboração e implementação de planos.