ST 1 BORDAS URBANAS DA CIDADE DE JOÃO PESSOA, PARAÍBA: ANÁLISE ESPACIAL COMPARADA ENTRE OS BAIRROS PERIFÉRICOS DO TECIDO URBANO

  • Brunielly de Almeida Silva Universidade Federal da Paraíba
  • Milena Dutra da Silva Universidade Federal da Paraíba
  • Geovany Jessé Alexandre Silva Universidade Federal da Paraíba
  • Nadjacleia Vilar Almeida Universidade Federal da Paraíba
  • José Augusto Ribeiro da Silveira Universidade Federal da Paraíba

Resumo

Nas ultimas décadas, as áreas urbanas brasileiras vivenciaram um crescente aumento de sua população, em um processo de urbanização acelerada associada à industrialização e aos processos políticos e de desenvolvimento econômico. Essas aglomerações surgiram para viabilizar as relações entre os atores econômicos e sociais da cidade, configurando menores distâncias casa/trabalho, consumidores/trabalhadores. Assim, as cidades se tornaram parte substancial da produção econômica do país (NETTO, 2010). Nesse aumento da mancha urbana há dinâmicas que caracterizam e diferenciam a produção desses espaços. As cidades passaram a se expandir em direção aos seus espaços limites, constituindo um modo centro/periferia que segrega espacialmente as pessoas na cidade. João Pessoa, capital do Estado da Paraíba, é uma cidade de médio porte que teve seu aumento populacional intensificado a partir dos anos 1960 (IBGE, 2010). O índice de urbanização no Estado também evoluiu, e no ano 2000 atingiu 71,06%. Esses aumentos estiveram relacionados à nova demanda populacional, ao planejamento urbano e políticas públicas de implantação de conjuntos habitacionais, além da especulação do setor imobiliário nessas áreas. A cidade iniciou sua expansão em direção aos eixos leste, com a ocupação da orla marítima, e ao sul. Nessas dinâmicas intraurbanas assistem-se deslocamentos fragmentados, dispersos, com ocupações precárias em áreas sem disponibilidade de infraestrutura urbana, espaços gerados em resultados da segregação social e espacial, desconectados do núcleo consolidado da cidade. Com a dispersão, ocorre o fenômeno conhecido como sprawl urbano, onde a mancha tende a se espraiar pelo território, se estendendo em direção às suas áreas limite. Trata-se de um modelo de urbanização suburbana, com um crescimento descontínuo, associado à formação de áreas com baixas densidades demográficas; em um processo que pode ter sua gênese em grupos sociais que mercantilizam essas áreas como sinônimo de qualidade de vida, tanto para habitações populares como condomínios de alta renda (BECHELLI et al. 2010) No entanto, os resultados são bastante negativos, sobretudo quanto ao aspecto socioeconômico, uma vez que as pessoas se dispersam em setores da cidade; ampliando a necessidade de investimentos em infraestrutura, meios transportes e moradia. A presente configuração, geralmente, imprime uma desproporção de investimentos públicos, desprovendo essas áreas de serviços básicos.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas