GT9 - 774 FACES DA MODERNIZAÇÃO SOCIOESPACIAL DAS FRONTEIRAS CAPITALISTAS DO AGRONEGÓCIO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ANÁLISE DOS AJUSTAMENTOS TERRITORIAIS DA SOJA NO MAPITO E NORDESTE MATO-GROSSENSE
Resumo
O avanço da fronteira agrícola, sobretudo a partir da década de 1990, levou à reestruturação dos territórios ao longo de largos espaços transicionais situados nos arcos de avanço sobre o cerrado, a Amazônia e a Caatinga, configurando processos de desmatamento, consolidação de povoamentos, conflitos territoriais e culturais, reorganização da sociedade civil e reposicionamentos políticos nacionais e internacionais, principalmente acerca da conservação e exploração da Amazônia (Becker, 2005). Este processo transformou os territórios em um complexo mosaico socioambiental caracterizado pela heterogeneidade de paisagens, ecossistemas, culturas, arenas políticas, assentamentos humanos, usos e apropriações dos recursos culturais e naturais por grandes corporações. Nestes ajustamentos soma-se o expressivo processo de modernização das atividades agrícolas subsidiadas por instituições nacionais e internacionais em interação direta com Unidades de Conservação (UC´s), Terras Indígenas (TI´s), propriedades rurais sob uso de posseiros e terras passíveis de titulação por ocupação de comunidades e povos tradicionais. Neste espaço marcado historicamente pelo avanço das fronteiras agrícolas brasileiras, convergiram fluxos de migração que levaram a uma expressiva miscigenação sociocultural que redefinem as relações de espaço-tempo nestas margens dinâmicas do território. A análise considera a complexidade espacial da fronteira da soja na Amazônia brasileira em espaços recém abertos no Maranhão, Piauí e Tocantins (MAPITO) e Nordeste Matogrossense, consolidados pelo posicionamento de diferentes players produtivos que ao imporem novas racionalidades e ajustamentos sobre o território herdado produzem faces distintas da modernização capitalista.