GT9 - 768 AGLOMERAÇÕES PRODUTIVAS DAS INDÚSTRIAS CULTURAIS E O TERRITÓRIO PRODUTIVO DA ECONOMIA CRIATIVA

  • João Luiz de Figueiredo Silva
Palavras-chave: indústrias culturais, produção de bens culturais, economia da cultura

Resumo

As indústrias culturais2 estão se configurando em algumas das mais dinâmicas atividades produtivas do mundo. No entanto, se, por um lado, o peso da produção de bens e serviços culturais é crescente no total da economia, por outro, a descoberta desse objeto de estudo é recente no Brasil, e existem muitas lacunas a serem preenchidas. Primeiramente, durante muito tempo, as pesquisas que analisavam a produção de bens culturais, especialmente o cinema e a televisão, centravam seu eixo de análise na argumentação de que a indústria cultural3 não produzia nada com valor artístico e sua principal função era a de garantir a alienação do povo frente às questões realmente relevantes. Somente a partir da década de 90 começaram a surgir alguns trabalhos, no Brasil, centrados no estudo da dimensão produtiva, com o objetivo de analisar a economia da cultura e seu potencial de geração de emprego e renda. Contudo foram marcados por grande economicismo, ou seja, apresentavam-se números que revelavam a importância da produção de bens e serviços culturais na economia e que, portanto, essas atividades deveriam ser alvos de políticas públicas para o seu fortalecimento.
Seguindo-se aos economistas, vieram alguns historiadores, jornalistas, sociólogos e engenheiros que, em comum, apresentavam a vontade de analisar o mercado da produção de bens e serviços culturais no país. Os geógrafos brasileiros, por sua vez, não têm demonstrado, aqui no Brasil, o mesmo desejo demonstrado pelos dos Estados Unidos e da Europa em contribuir para o debate. A ausência da análise geográfica sequer é sentida por alguns pesquisadores do assunto, conforme se evidencia no trabalho de Leite (2005), no qual o autor recupera a trajetória da indústria cinematográfica brasileira e indica que seu trabalho irá se valer de “conceitos e categorias de diferentes áreas do conhecimento, tais como sociologia, economia e antropologia”, pois “tais opções levam a uma visão global e total da trajetória da indústria cinematográfica no país” (LEITE, 2005, p. 15). O fato de o autor negar a participação da geografia em sua análise, muito provavelmente, não reflete uma opção feita por ele, mas aponta a carência de trabalhos geográficos sobre o tema. Porém, qual seria o tratamento geográfico a ser aplicado na análise das indústrias culturais? Em outras palavras, qual é a importância da geografia para se compreender o desenvolvimento dessas atividades produtivas?

Biografia do Autor

João Luiz de Figueiredo Silva

Doutor em Geografia, Economista e Geógrafo. Professor da ESPM, onde desenvolve pesquisas sobre Economia da Cultura e Geografia Econômica das Indústrias Culturais; professor do Departamento de Geografia da PUC-Rio; e pesquisador do GeTERJ (PUC-Rio).

Publicado
2019-02-01
Seção
Sessões Temáticas