GT9 - 757 INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA NA AMÉRICA DO SUL: SALTA-JUJUY-TARIJA-NÓ DE REDES

  • Gisela Aquino Pires do Rio
Palavras-chave: INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA, AMÉRICA DO SUL, geoeconomia da energia, geopolítica

Resumo

Os estudos que tratam da questão energética, além de numerosos, abrangem domínios bastante diferentes. É possível reconhecer amplo leque de abordagens vinculadas à geografia, geopolítica e geoeconomia da energia (George, 1950; Chapman, 1989; Mérenne Schoumaker, 2007; Giraud e Boy de la Tour, 1987; Pires do Rio, 1989; Lorot, 1999; Egler, 1992) que desenvolvem temas como funcionamento do mercado global de energia (Mérenne Schoumaker, 2007; Martin, 1992), impactos das tensões e conflitos internacionais e regionais na produção e consumo e nas políticas nacionais (Giraud e Boy de la Tour, 1987; Foley, 1992; Fiori, 2005), energia e meio ambiente (Mérenne Schoumaker, 2007, Foley, 1992), transição energética e políticas setoriais (Debeir et al, 1986; Droege, 2007; Bova Nova, 1985; Egler, 1992; Dias Leite, 1999; Pires do Rio, inédito a), integração econômica e redes logísticas (Egler, 2001; 2006), natureza, governança e organização de redes energéticas (Laurelli, 1997; Carrizo e Velut, 2005; 2006; Egler e Pires do Rio, 2009; Carrizo e Ramouse, 2010; Peiter,1994 e 1997) entre tantos outros temas. Dessa última decorre que as redes de energia implicam em articulações-desarticulações entre lugares e regiões bem como na alteração de verticalidades e imposição de novas horizontalidades, constituindo, assim, importantes desafios para a integração econômica regional na escala sul americana.
Uma das características atuais de questões relacionadas à energia, está profundamente diz respeito às escalas nas quais as redes de energia passaram a operar (Dupuy e Lamarlière, 2007). São mudanças de escalas que resultam de evolução e transformação de vários aspectos que incidem sobre esse tipo de infra-estrutura. Mudança de escala inclui as diferentes modalidades de organização que a integração em escala sul americana requer: passagem de sistemas e redes, cuja configuração foi durante longo período voltada para o quadro nacional, para incorporar conexões internacionais é pautada por ajustes e desajustes na implantação dessa infra-estrutura. Consideramos, nesse sentido, a noção de superfície de regulação (Pires do Rio e Peixoto, 2001; Pires do Rio, 2008; 2009) como aquela que permite analisar a relação entre espaços de produção, distribuição e consumo de energia, agentes econômicos e operadores dessas redes. De modo e em escala diversa daquela infra-estrutura implementada no século XIX, o atual período histórico é marcado pela crescente articulação entre comunicação, energia e transportes.

Biografia do Autor

Gisela Aquino Pires do Rio

Professora no Departamento de Geografia da UFRJ. Doutorado pela EHESS, Paris.

Publicado
2019-02-01
Seção
Sessões Temáticas