GT9 - 715 CRÉDITO RURAL (2000-2009): PERFIL E DISTRIBUIÇÃO
Resumo
A literatura econômica clássica e a experiência histórica mostram que o crescimento da riqueza das nações implica em transformações setoriais nas quais se destacam: “a participação decrescente da agricultura no produto interno bruto aos demais setores e a redução da proporção do emprego agrícola no emprego total” (GASQUES e CONCEIÇÃO, 2001, p.19).
Os dados prévios do Censo 2010 divulgados pelo IBGE mostram que o “Brasil de 2010 é ainda mais urbano do que o de dez anos atrás. As cidades abrigam 84,3% da população, hoje, contra 81,2%, em 2000. Em 1940, apenas 30% habitavam aglomerados urbanos” (FOLHA, 2010, p.2). Seguindo essa tendência o Brasil rural tenderia a desaparecer ou ser dado residual no contexto demográfico e assim torna-se-ia num objeto exótico de investigação científica. Veiga (2001) contesta o recorte urbano/rural vigente no país, procurando demonstrar que a rede urbana corresponde a uma proporção muito menor do que aquela que se supõe na estatística oficial.
A despeito desse debate metodológico, o fato é que o dado mais conservador indica que 20% da população ainda se encontra no ambiente rural, proporção que num país continental, em valores absolutos, ainda representa contingente populacional significativo e que, portanto, não pode ser desconsiderado ao tratarmos do tema do desenvolvimento, que na sua acepção mais pura implica em melhoria do bem-estar de toda a população. Ademais, não se ignore as articulações entre a produção rural e a vida urbana.
Este trabalho toma como ponto de partida a hipótese de que não há desenvolvimento sem financiamento e que esse dá prioritariamente através do Estado, logo, a política pública de crédito define as prioridades, ou ainda, delimita que opção deve ser trilhada para alcançar o objetivo final. Nesse sentido a parte dois reflete as discussões sobre o desenvolvimento rural. No terceiro capítulo discute-se a atuação do sistema financeiro e suas implicações para o desenvolvimento regional. A parte quatro faz um breve histórico do crédito rural no Brasil e apresenta os dados referentes aos últimos anos (2000-2009). Finalmente, na conclusão procura-se integrar essas discussões a fim de que se possa perceber que opção de desenvolvimento a política de crédito rural sugere que está sendo posta em prática.