GT8 - 893 BR-163 PARAENSE: CONSTRUÇÃO E EXPANSÃO DE UMA NOVA FRONTEIRA DO CAPITAL

  • Marcos Vinícius Velozo da Costa
Palavras-chave: BR-163 PARAENSE, meio ambiente, eixo Cuiabá – Santarém, Mato Grosso

Resumo

A preocupação com o meio ambiente vem ganhando importância nas últimas décadas com a realização de inúmeros encontros com o intuito de alertar sobre as consequências das ações antrópicas e garantir a preservação ambiental no planeta. Segundo o Relatório “Avaliação Global de Recursos Florestais 2010” da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o Brasil apesar de ter tido avanços na redução do desmatamento de suas florestas, ainda se configura como o país que teve a maior taxa de desmatamento na última decada. A floresta Amazônica, o maior bioma nacional e considerada uma das mais importantes reservas naturais do globo, por guardar imensa biodiversidade, vem sofrendo ameaças constantes, sendo pressionada pelo avanço da fronteira agrícola moderna.
No cenário nacional, os estados do Pará e Mato Grosso revezam-se na primeira e na segunda colocação dos estados que mais desmatam no país, estando essas devidas colocações inalteradas desde o ano de 2006. Justamente esses dois estados representam a quase totalidade das áreas sob influência da BR-163, no eixo Cuiabá – Santarém. No caso de Mato Grosso, segundo dados obtidos no Sidra-IBGE e Seplan-MT, a maior parte dos municípios localizados nesse eixo de escoamento se encontra entre os que apresentam maior número de queimadas e de desmatamento nos últimos anos.
Cabe destacar que o processo de expansão da fronteira agrícola moderna em direção ao norte do estado de Mato Grosso ocorre em três etapas: a ação intensa das madeireiras corresponde à primeira etapa, sobretudo, com a extração seletiva da madeira-de-lei, mais nobre, com alto valor comercial, com ocorrência nas áreas de floresta amazônica e também na floresta de transição, depois se dá a abertura de extensas áreas, ocorrendo às vezes a plantação do arroz com o objetivo de “amansar” a terra, ou a introdução direta de gado para pastagem extensiva e, por fim, a transformação dessas terras em lavouras de grãos. Em alguns casos, há entrada direta da lavoura de grãos, com destaque para a soja, em áreas que foram desmatadas recentemente, mas esta ainda não é uma tendência muito comum.

Biografia do Autor

Marcos Vinícius Velozo da Costa

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008). Atualmente é professor do Governo do Estado do Rio de Janeiro e atualmente é mestrando do PPGG/UFRJ

Publicado
2019-01-24
Seção
Sessões Temáticas