GT8 - 818 ALGUMAS DIMENSÕES DA MOBILIDADE ESPACIAL NO TERRITÓRIO METROPOLITANO
Resumo
A dinâmica demográfica deve ser compreendida segundo as dimensões da fecundidade, mortalidade e migração, mecanismos demográficos que explicam a distribuição populacional no espaço e seus ritmos de crescimento. Com a diminuição das taxas de mortalidade e fecundidade, devido às transformações sociais, econômicas e culturais que ocorreram especialmente a partir do acelerado processo de urbanização, muitas mudanças ocorreram no ritmo de crescimento populacional de todas as áreas do Brasil assim como na importância das componentes demográficas sobre a distribuição e crescimento populacional entre os espaços. Com a redução especialmente das taxas de fecundidade, observa-se uma tendência geral de diminuição do ritmo de crescimento populacional, que vai apresentando impacto diferenciado sobre os grupos demográficos de crianças, jovens, adultos e idosos. Com essa diminuição geral, os movimentos das pessoas a partir de uma mobilidade residencial vão se tornando um aspecto importante para determinar as mudanças na distribuição espacial da população, aliada, por sua vez, às potencialidades de movimentos cotidianos também. Sendo assim, a mobilidade espacial passa a ser uma componente fundamental na análise da distribuição populacional.
Em pesquisas recentes, temos apontado que, diante das transformações na dinâmica demográfica e no comportamento dos movimentos populacionais, é preciso apontar mecanismos explicativos que considerem as singularidades destas mudanças, especialmente ao observarmos que não há mais uma razão majoritária para explicar os movimentos no território – como havia em períodos anteriores, na época dos grandes movimento do campo para a cidade e das correntes migratórias Nordeste-Sudeste, por exemplo. Os movimentos populacionais já não constituem mais movimentos de massa, mas há sim uma fragmentação dos fluxos e lógicas socioeconômicas distintas operando mesmo entre aqueles que apresentam origem e destino relativamente semelhantes. O fato de assumir estas mudanças e apontar as singularidades destas “dinâmicas populacionais” não exclui a possibilidade de encontrar padrões semelhantes entre regiões e áreas internas das próprias cidades, consideradas suas peculiaridades.