GT8 - 583 SHOPPING CENTERS, GPUS RECENTRALIZADORES NO E DO ESPAÇO URBANO: O INDEPENDÊNCIA SHOPPING EM JUIZ DE FORA – MG, CASO REFERÊNCIA

Resumo

Dentre as definições de cidade existe uma, defendida pela Escola de Chicago, que se refere à cidade como “lugar de centralidade cultural”, ou seja, as cidades são cidades porque elas têm um centro, que é importante no provimento da forma urbana e da sua coerência. Assim, partindo do estudo da centralidade em cidades de médio porte e do pressuposto de que as idéias de “cidade” e “centro” estão sempre ligadas, chegou-se à algumas literaturas que tratam do atual quadro de importantes transformações na estrutura urbana das cidades, que têm levado, como via de regra, aos processos de redefinição de suas centralidades.
Neste cenário, as cidades médias têm adquirido grande valor, uma vez que vêm assumindo novos papéis intra e inter-ubanos, a partir das alterações nas suas dinâmicas econômicas, que as condicionam à novas expressões de centralidade. Em outras palavras, estas cidades médias perderam seu caráter de cidades mononucleadas e tornaram-se cidades poli(multi)nucleadas, pois seu centro “original” não era mais capaz de suprir, por si só, todas as necessidades econômicas e sociais da cidade, que encontra-se em grande processo de expansão e adensamento.
Tal processo também pode ser observado em Juiz de Fora, Minas Gerais (cidade de médio porte localizada na Zona da Mata mineira e que será tratada mais adiante neste artigo), porém com uma interessante característica: apesar de a cidade vir passando, desde a década de 1970, por alterações na sua estrutura urbana, com o desenvolvimento de centros secundários e subcentros, o seu centro “original” mantém-se denso e vivo, exercendo grande influência sobre as demais áreas da cidade e sobre suas novas centralidades que, ainda na atualidade, possuem um certo grau de dependência com o mesmo.
Outro fator interessante a ser considerado em Juiz de Fora é a sua localização “estratégica”, a cidade fica próxima à São Paulo (460Km), Rio de Janeiro (180Km) e Belo Horizonte (260km). Isso colabora para destacar Juiz de Fora no âmbito regional, contribuindo para a “sua inserção no mapa da globalização” e garantindo “a desejada competitividade”, que atrai investimentos e a instalação de empresas na cidade. (Herdy, 2010).
Essa característica, presente no Plano Estratégico de JF (2000), é apresentada como um dos principais objetivos do mesmo: “Consolidar Juiz de Fora como cidade pólo da Zona da Mata, melhorando as vias de acesso à cidade, a competitividade de seu comércio e a qualidade dos serviços que oferece, especialmente nas áreas de educação e saúde”.