GT8 - 112 A OCUPAÇÃO EFETIVA DO TERRITÓRIO E O CRESCIMENTO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NO MATO GROSSO – 1980 A 2007
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar a evolução das atividades econômicas a partir da ocupação efetiva do Estado do Mato Grosso após a década de 1980. Com isso, mostrar como as microrregiões do Estado do Mato Grosso alocaram sua mão-de-obra formal e estruturaram suas atividades produtivas. Para a análise, foram pesquisados os 141 municípios do Estado, organizados em 12 microrregiões distintas.
Vale ressaltar que até o início do século XX, o território mato-grossense constituía-se numa das regiões pouco conhecidas do território brasileiro. Nesse período, o cenário econômico do Mato Grosso resumia-se a exploração de diamantes e ouro e a pecuária, que ocorria paralela ao processo extrativista madeireiro.
No século XX, acentuam-se os ciclos econômicos com a industrialização da cana-de-açúcar, que tem sua decadência em meados de 1940. Mas, concomitante com a decadência desse ciclo, ressurge o 2º ciclo do diamante, no leste mato-grossense, que estimula a atração de imigrantes, surgindo núcleos populacionais que, depois, transformaram-se em cidades. (SIQUEIRA, 2002; MORENO e HIGA, 2005).
Após 1940, com a expansão da fronteira agrícola, o território Mato-grossense, passa a ser atrativo em função da disponibilidade de terras, custos baixos de produção e o preço acessível dos terrenos, estimulando as migrações, principalmente do Sul e Sudeste do Brasil, com uso efetivo da terra para a produção de commodities. Isso consolida a fronteira agrícola (BECKER, MIRANDA e MACHADO, 1990).
A partir de então, a nova forma de pensar a produção (produtividade em escala para comercialização), é advinda das novas tecnologias, de mudanças organizacionais, inserção de novos produtos, fortalecendo novas áreas a serem incorporadas efetivamente ao sistema produtivo mundial, alterando a lógica espacial preexistente (ARRUDA, 2007). A nova lógica que se configura, na fronteira agrícola contemporânea mato-grossense, está relacionada às mudanças no padrão técno-produtivo da produção agropecuária brasileira e às vantagens comparativas locacionais. Isso estimula a fragmentação do território em novos espaços urbanos e de assentamentos humanos.