GT6 - 136 DO “MISSISSIPI CARIOCA” AO “ESTÁDIO VOADOR”: FORJANDO ESPAÇOS DE LEGITIMAÇÃO NA INDIFERENÇA

  • Marcus César Martins da Cruz
Palavras-chave: grandes projetos urbanos, renovação (urbana), subúrbio (ferroviário) carioca, valorização do espaço (urbano)

Resumo

Este trabalho busca discutir a noção de “espaços de indiferença” para qualificar o que parece ser uma importante condição para a implantação de grandes projetos urbanos (GPUs), mais difundidas práticas da política de “empresariamento urbano”, voltadas principalmente, para a promoção internacional da imagem das cidades e a “revitalização” de territórios urbanos considerados “degradados”. Para tal, a análise toma para estudo, estruturas espaciais urbanas legadas por dois GPUs realizados em um mesmo território formado por bairros do subúrbio ferroviário da cidade do Rio de Janeiro e que definem o objeto empírico: trecho da via expressa Linha Amarela (1997) e Estádio Olímpico João Havelange (2007). Na perspectiva crítica, parte-se da idéia de que ambas as intervenções teriam sido orientadas por diversos graus de “indiferença” a este território urbano, por terem produzidos espaços urbanos ociosos ou “mal aproveitados” que não só parecem contrariar qualquer intenção da ação planejadora em “revitalizá-lo” como submeteram grupos locais às condições desfavoráveis para a realização da sua “vida cotidiana”. Nesse sentido, o trabalho procura revelar que a implantação de GPUs, na sua relação com diversas escalas espaciais, não só pode produzir impactos negativos no espaço urbano, como suas “justificações” podem carregar valorações (negativas) e leituras indiferentes do espaço herdado.

Biografia do Autor

Marcus César Martins da Cruz

Arquiteto e Urbanista, M.Sc. em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU/UFF), pesquisador GPDU/EAU/UFF; ETTERN/IPPUR/UFRJ

Publicado
2019-01-15
Seção
Sessões Temáticas