GT5 - 914 A CONCEPÇÃO DE PALMAS(1989) E SUA GENERALIDADE: URBANISMO E CAPITALIDADE NA HISTÓRIA DA CRIAÇÃO DE NOVAS CIDADES
Resumo
A complexidade inerente à história do urbanismo pode ser traduzida pela co-existência de tensões e diálogos entre dimensões, a princípio, antagônicas, como técnica e arte, racionalidade e subjetividade, passado e presente, ética e liberdade, ruptura e continuidade, concreto e abstrato, discurso e realização, teoria e ação. Mas a presença deste antagonismo também revela uma permanente relação de complementaridade, cujo reconhecimento permitiu notáveis avanços no entendimento sobre o processo de gênese, transformação e permanência atrelado às cidades.
Neste sentido, o presente artigo busca trazer para o debate um caso particular de “projeto de cidade”, qual seja, as idéias e fundamentos comumente verificados nas ações criadoras de cidades-capitais na história – originadas a partir de um desenho urbanístico e algumas diretrizes de planejamento da ocupação de seus territórios – e o papel de destaque exercido pela determinação política, com vistas a identificar tais bases no caso da concepção da última capital projetada do século XX, Palmas (1989), localizada no estado do Tocantins, Brasil.
Evidentemente, as especificidades desta concepção em relação ao seu tempo e ao seu lugar são relevantes e estão intimamente relacionadas ao tema proposto. No entanto, o aprofundamento sobre este recorte visa contribuir mais detidamente sobre a conceituação, realizações exemplares e o enquadramento do caso de Palmas nos aspectos que definem a criação de novas capitais a partir da instigante visão de Lacaze (1992) sobre o urbanismo como um ato de poder.
Pretendemos, dessa forma, discutir os projetos de novas cidades segundo sua intencionalidade, a influência de experiências históricas e das orientações ideológicas norteadores, procurando compreender como o caso de Palmas se situa no seu tempo e no seu lugar.