GT3 - 1151 HOMEM, CIDADE E NATUREZA: UTOPIAS ECOLÓGICAS NO DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS E PRÁTICAS URBANÍSTICAS

  • Antonio Manoel Nunes Castelnou Neto

Resumo

Por incontáveis vezes na história, o ser humano manteve a ilusão de que seria capaz de criar uma versão terrena do “paraíso celeste” ou cidade perfeita, cujo traçado ou funcionamento garantiriam verdadeiros milagres. Contudo, o ataque corrosivo da realidade fez com que esses modelos desmoronassem; e tais sonhos e aspirações acabaram nunca se afastando de meras utopias, ora de mentes individuais criativas ora de toda uma coletividade. Embora o termo “utopia” tenha se difundido a partir do Renascimentoi, seus pressupostos já estavam presentes nos primórdios da humanidade, já que a imaginação utópica pode ser entendida como uma função própria e constante da mente humana, que luta pela materialização de um desejo, tornando-se enfim um projeto de ação.
Particularmente interessante é a questão de qual papel a natureza desempenhou dentro dessas imagens ideais de sociedade; ou como a relação entre homem e meio ambiente foi tratada nessas inúmeras propostas de cidades hipotéticas ou ainda projetos de espaços a partir da idéia do que seria verdadeiramente uma vida urbana de qualidade. Foi sobretudo após a década de 1970 que as discussões sobre a natureza e seus vínculos com a humanidade passaram a ocupar uma posição destacada no contexto das diversas sociedades que compõem o mundo globalizado. Os questionamentos mais frequentes situam-se em termos de até que ponto se deveria – ou se poderia – “domar” a natureza; se seria permitido submetê-la inteiramente aos planos e projetos do ser humano, manipulando-a e dirigindo-a em função de seus interesses; ou, ao contrário, se não se deveria submeter a limites estabelecidos pelo próprio homem, respeitando-a até ao ponto de renunciar ao progresso.

Publicado
2018-11-26
Seção
Sessões Temáticas