GT2 - 1289 MODERNIZACOES TERRITORIAIS E CIRCUITOS DA ECONOMIA URBANA NO BRASIL
Resumo
Buscamos compreender as relações indissociáveis entre as modernizações do território nacional e as dinâmicas dos circuitos da economia urbana nas metrópoles brasileiras. Consideramos, desse modo, a indissociabilidade histórica entre a formação socioespacial e o fenômeno urbano como um guia de método necessário.
É por isso que propomos trabalhar a partir de dois planos de análise, diferentes e complementares, como são a economia política da urbanização e a economia política da cidade (SANTOS, 1994a). Enquanto a primeira confunde-se com a economia política do território, revelando a repartição dos instrumentos de trabalho, do capital, do emprego e dos homens numa formação socioespacial, a segunda mostrar-nos-ia como o meio construído urbano se organiza face à produção e como todos os agentes da vida urbana encontram seu lugar nesse meio construído e na divisão do trabalho. Dir-se-ia que o processo de urbanização e a cidade são ordens espaciais interdependentes, cuja análise crítica deve ser feita concomitantemente.
A cidade pode ser vista como uma superposição de divisões do trabalho morto, um meio construído tal como definido por Harvey (1975), e de divisões do trabalho vivo, entendidas como um mercado. Nesse jogo desigual entre agentes no uso do território (SANTOS, 1994b; SANTOS e SILVEIRA, 2001), o Estado é uma mediação fundamental e daí seu papel explicativo no esquema de análise.
Nos dias de hoje, graças ao aumento de lucros e à concentração de capitais num contexto macroeconômico estável, as grandes empresas vêem crescer seus lucros ao passo que também se expandem no território. Poderíamos dizer que ampliam suas topologias (SANTOS e SILVEIRA, 2001), incluindo agora as cidades médias, ainda que, não raro, se trate de meros enclaves unidos por redes. Nesse processo não é incomum que se multipliquem as situações de oligopolização mercê a atuação quase exclusiva das mesmas firmas em certos pedaços do território.