GT2 - 1149 A CONSOLIDAÇÃO DE UM PÓLO ATACADISTA DE CONFECÇÕES A PARTIR DAS ARTICULAÇÕES DOS AGENTES SOCIAIS DO ARRANJO PRODUTIVO E DOS SHOPPING CENTERS ATACADISTA DA CIDADE MÉDIA DE MARINGÁ – PR

  • Adeir Archanjo da Mota
  • Gilmar Aparecido Assalin

Resumo

O processo de urbanização, ocorrido no Brasil, caracteriza-se pelo crescimento demográfico das metrópoles e das cidades médias, assim como o número de cidades. Neste contexto, ocorreu uma grande transformação do setor terciário da economia.
Nos últimos anos, o segmento de prestação de serviços absorveu uma porcentagem significativa da População Economicamente Ativa (PEA), que foi dispensada de outros setores econômicos. Neste sentido, o crescimento da demanda da população urbana por bens e serviços também vem contribuindo para a concretização deste fenômeno, na qual a maior parte do PIB produzido no Brasil tem sua origem no setor terciário, que de acordo com IBGE (2005), representa 58,1%.
O comércio e os serviços tornaram-se mais diversificados e sofisticados, tanto nas metrópoles como nas cidades médias, a exemplo de Maringá, com a criação de múltiplas empresas do setor terciário da economia. Nesta cidade, tal setor representa 65,85% do PIB municipal, ou seja, mais de três bilhões de reais, seguida pelo secundário, com apenas 18,71% e 0,70% do setor agropecuário, a diferença (14,74%), é atribuída aos impostos. Parte significativa da grande representatividade do setor de comércio e serviços esta relacionado ao surgimento dos shopping centers, que são, por excelência, as espacialidades das práticas comerciais do final do século XX e início do século XXI das cidades grandes e, atualmente, das cidades intermediárias.
A cidade de Maringá, conforme as classificações e tipologias de cidades de diversos pesquisadores e órgãos governamentais, aparece como cidade média, tanto pela quantidade de habitantes e densidade demográfica, quanto pelos papéis que desempenha regionalmente.
Maringá é cidade-pólo de múltiplos papéis urbanos e de complexos arranjos produtivos, o que dificulta afirmar o setor econômico propulsor da economia local, porém, o setor de comércio e serviços se destaca desde sua gênese. No início do século XXI, é considerada: pólo médico-hospitalar (MACHADO, 2004); pólo do setor terciário (GHIZZO, 2006); pólo educacional (MOTA, 2007); pólo atacadista de confecções; pólo financeiro (concentração do setor bancário da parte oeste da mesorregião Norte Central e das mesorregiões Noroeste e Centro-ocidental paranaense, conforme a regionalização do IBGE de 1989), além de outros equipamentos e atributos urbanos culturais, informacionais, de transporte e serviços, impossibilitando a compreensão, principalmente a partir da década de 1960, do norte do Paraná de ignorar essa cidade.

Publicado
2018-11-25
Seção
Sessões Temáticas