GT2 - 401 FORMA CONSTRUÍDA URBANA COMO UM CASO DE CRITICALIDADE AUTO-ORGANIZADA
Resumo
A forma construída urbana tem sido tratada como o resultado de um processo de reprodução social, que gera demanda por espaço adaptado, isto é, não explicada ou entendida como um processo autônomo. Uma exceção a isto é a abordagem praticada por Wheaton (1982), que sugere que mudanças na forma construída urbana podem emergir como um resultado de maximização da renda imobiliária, ao invés da maximização da utilidade do bem imobiliário. Outra exceção foi o tratamento dado por Krafta (1994) que explicou a dinâmica de substituição de formas construídas por outras como resultado de atividade que busca lucro e otimiza localização espacial. Essas duas proposições, embora inovadoras, não vão ao ponto de explicar como essas mudanças no interior do tecido urbano ocorrem. A primeira não toma o espaço como uma variável real, centrando sua explanação teórica no campo da economia urbana; a segunda faz, de alguma forma, o contrário, ao centrar sua explanação na morfologia urbana, negligenciando os aspectos econômicos do processo. Este trabalho procura elaborar uma nova explanação, combinando variáveis de natureza espacial e econômica, numa equação que trata de valores imobiliários diferenciais, características das formas construídas e localização urbana, num cenário em que a produção de formas construídas urbanas constitui uma atividade industrial em busca de lucro.