GT2 - 214 URBANIZAÇÃO TURÍSTICA EM BELÉM - PA

  • Vicente Torres Tomazi

Resumo

Neste artigo abordamos a relação entre Grandes Projetos Urbanos (GPU) e turismo. Entendemos o turismo como uma atividade sócio-espacial que quando não ocorre no meio urbano, dele não prescinde para acessar os lugares “naturais” ou “rurais”. A qualidade ambiental urbana integral torna-se, assim, essencial para o desenvolvimento do turismo. O turismo se nutre de cultura e qualidade ambiental e pode ser, portanto, um trampolim para a cidadania (Yázigi, 2003, p.13). Nesse sentido, os GPU turísticos podem servir de pedra angular (aquela que dá o impulso) para uma nova mentalidade urbana ligada ao desenvolvimento do turismo. Através deles o patrimônio ambiental urbano pode ser (re)valorizado reafirmando ou criando os lugares da identidade. Por outro lado, esses mesmo GPU podem se constituir em bolhas turísticas, lugares que não permitem ou dificultam o contato entre turistas e moradores locais (Judd, 1999). Essa questão remete ao uso dos lugares, sinônimo de espaço geográfico (Santos, 2001). Outra questão que pretendemos explorar diz respeito às prioridades de investimento no ambiente urbano. Turismo, favelas e esgotos a céu aberto não combinam; e não basta escondê-los. Se por um lado o investimento em GPU pode gerar lucros, emprego e renda, por outro há de se questionar se esses mesmos montantes investidos não trariam melhores benefícios se investidos nas regiões carentes da metrópole. Em Belém-PA, diversas intervenções foram projetadas e realizadas a partir do início da década de 1990, na sua área central e na orla dos rios Guamá e Guajará. A intenção nesses projetos, entre outras, incluía o desenvolvimento do turismo. Assim, pretendemos explorar alguns aspectos dessas intervenções em Belém questionando acerca dos usos prevalecentes e da prioridade em relação a outros projetos em áreas carentes.

Publicado
2018-11-25
Seção
Sessões Temáticas