GT1 - 1249 RECONHECIMENTO, REDISTRIBUIÇÃO E DISSENSO NA POLÍTICA DE PLANEJAMENTO URBANO

  • José Ricardo Vargas de Faria

Resumo

Os programas e as ações desenvolvidos no âmbito da política urbana permitem uma leitura que remeta à compreensão das lutas sociais e, na perspectiva que se pretende explorar neste trabalho, ao debate proposto por Nancy Fraser e Axel Honneth (2003) – conhecidos como terceira geração da Escola de Frankfurt – que as compreende como lutas por reconhecimento ou por redistribuição. Aprofundando especificamente a luta pelo “planejamento urbano” ou, concretamente, pelos planos diretores participativos pretende-se explorar a categoria do dissenso, proposta por Rancière (1995), como da crítica ao debate reconhecimento versus redistribuição. O que se pretende argumentar é que ambas as perspectivas estão circunscritas à noção de “todo sistêmico”, na medida em que propõe que a desigualdade, seja em forma de diferenças na participação da riqueza material, seja na forma de desrespeito às identidades coletivas, seriam superadas pela inclusão. A análise proposta neste texto deve tomar esta questão em consideração: não se trata apenas de investigar a distribuição dos recursos, os beneficiários, etc. da política urbana. É fundamental identificar e compreender as cenas disruptivas que instauram “mundos polêmicos que desfazem a ordem policial” (Rancière, 1995, p.378)

Publicado
2018-11-24
Seção
Sessões Temáticas