GT1 - 978 A METÁFORA DA CHUVA: VIDAS ALAGADAS NO MAR DE LIXO

  • Thaís Maria Lutterback Saporetti Azevedo
  • Jamille Medeiros de Souza

Resumo

Ao longo das últimas décadas, enquanto o governo niteroiense permanecia alheio para a necessidade de ações direcionadas e investimentos no direito à moradia, as favelas de Niterói cresciam em áreas de encosta, dentre elas o Morro do Bumba e Morro do Céu. A despeito de estudos realizados naquela região pela área de geociências da Universidade Federal Fluminense que apontam o risco de contaminação por resquício de lixo tóxico e perigo de deslizamento, bem como ignorando o mapeamento de outras áreas de risco no município de Niterói, a administração pública preferiu se omitir e optar por assumir o risco do resultado negativo, culminando com mais de uma centena de mortos e milhares de desabrigados, com trinta pontos de desabamento. Assim, o grande dilema atual é achar um ponto de equilíbrio no atendimento aos desabrigados das chuvas, sem sacrificar a justiça, servindo a outros motivos escusos como, por exemplo, ocultar a pobreza, transformando-os numa espécie de “exilados” em abrigos longínquos ou em municípios vizinhos. Partimos do pressuposto que, o modelo de justiça restaurativa ambiental e social adotado pelo Município, apoiado pelos Governos do Estado e Federal, deve ter um caráter híbrido, fundamentado na primazia do reconhecimento individual e coletivo, equilibrando meio ambiente e dignidade.

Publicado
2018-11-24
Seção
Sessões Temáticas