ST1 - 814 TIPOLOGIAS EDILÍCIAS E VITALIDADE URBANA: UM ESTUDO DE CASO EM FLORIANÓPOLIS – SC

  • Renato T. de Saboya
  • Vinícius M. Netto
  • Júlio Celso Borello Vargas
Palavras-chave: tipos arquitetônicos, vitalidade urbana, movimento de pedestres

Resumo

Investigamos a forma arquitetônica e sua influência sobre a vitalidade dos espaços urbanos, partindo da hipótese de que tipos mais contínuos e compactos, em contraposição a isolados e em torre, possuem maior capacidade de promover vitalidade nas ruas. Isso aconteceria por diversos motivos: esses tipos proporcionariam maior contato e proximidade com o espaço público e portanto maior oportunidade de interação; menores distâncias a serem percorridas e maior densidade de atrativos; maximização da superfície de contato entre público e privado; e adequação para usos comerciais e de serviços, com consequente estímulo da vida microeconômica. Para testar essas hipóteses, desenvolvemos uma metodologia que pudesse comparar os efeitos dos diferentes tipos arquitetônicos, bem como de suas características desagregadas, sobre a vitalidade urbana, ao mesmo tempo controlando os efeitos de variáveis externas, a saber, acessibilidade proporcionada pelo sistema viário e densidade. Os resultados mostram que a hipótese geral, quando testada para classes nominais dos tipos arquitetônicos, pode ser aceita plenamente apenas para a faixa de baixa acessibilidade. Para faixas de alta acessibilidade, os resultados são inconclusivos. Entretanto, várias características desagregadas do tipo compacto e contínuo estão positiva e significativamente correlacionadas com a vitalidade nas faixas de alta acessibilidade: ausência de muros e grades, densidade de portas, densidade de janelas e grau de continuidade das fachadas. Concluímos, com base nesses resultados, que há a necessidade urgente de rever alguns mecanismos de controle do uso e ocupação do solo, que via de regra têm incentivado justamente os tipos arquitetônicos mais nocivos à vitalidade urbana.

Publicado
2018-09-27
Seção
Sessões Temáticas