ST 10 ENTRE LUGARES E DESLUGARES: UM OLHAR TEÓRICO A PARTIR DE RELPH E AUGÉ
Jean Lucas da Silva Brum
UFRJ
Resumo
Há algumas décadas, as ciências humanas tem indicado uma significativa
mudança na forma como espaço e tempo são pensados e experimentados socialmente,
apontando para existência de um período marcado cada vez mais pela interconexão
espacial, pela aceleração do tempo e pela difusão de valores e ideias em escala global
(MASSEY, 2000). Diferentes posições eclodem em meio a este debate; uns postulando
o fim de um projeto “moderno” de mundo, colocando-nos em uma condição de “pósmodernidade”
(LYOTAD, 1986), “supermodernidade” (AUGÉ, 1994), “modernidade
líquida” (BAUMAN, 2001); outros admitindo que o que estamos vivenciando nada
mais é do que uma nova fase dentro desta dinâmica moderna, fruto de um novo padrão
de acumulação do capital (HARVEY, 1992). A despeito de tais classificações, em
ambos os casos impera um discurso de que o mundo estaria cada vez mais se
comprimindo e fluidificando, que as relações sociais se tornariam cada vez mais fugazes
e efêmeras, em um quadro de pluralidade cultural produzido através de contatos em
escala planetária.