ST 8 O PENSAMENTO URBANÍSTICO NA CONCEPÇÃO DE NOVAS CIDADES NO BRASIL: PERMANÊNCIAS E RUPTURAS NO PROJETO DE PALMAS, TOCANTINS

  • ANA BEATRIZ ARAUJO VELASQUES Universidade Federal do Tocantins - UFT
  • Thiago Ramos Machado Universidade Federal do Tocantins - UFT

Resumo

Este trabalho se insere em um amplo e relevante tema de pesquisa, atinente às teorias urbanísticas que influenciaram a criação de novas cidades no Brasil, particularmente as capitais surgidas a partir da década de 1930, que sinalizaram para novos rumos da urbanização, qual seja, o desbravamento da fronteira centro-norte. Neste sentido, a identificação, organização e disponibilização da documentação e demais registros existentes, oficiais e não oficiais, sobre a memória da concepção do projeto urbanístico de Palmas, capital do estado do Tocantins, datado de 1989, evoca a necessidade de uma reflexão crítica sobre as permanências e fugas que seu partido apresenta, quando confrontado às correntes de pensamento dominantes nos projetos das demais capitais planejadas brasileiras, especialmente Brasília e Goiânia, bem como à outra referência assumida, a new town inglesa Milton Keynes, concebida no final de década de 1960. Para uma análise mais rigorosa, o ponto de partida diz respeito ao distanciamento de algumas “verdades absolutas” criadas pelo senso comum, pautadas na percepção dos processos sócioespaciais de produção do espaço urbano capitalista, dos quais qualquer cidade, fruto de um planejamento prévio ou não, experimenta, com o intuito de verificar os fundamentos por trás das ideias expressas no partido urbanístico de Palmas. Esse exercício torna-se peça-chave para o avanço do conhecimento na sociedade contemporânea, na medida em que as informações têm sido sistematicamente produzidas de modo cada vez mais reducionista, superficial e instantâneo, desprovidas de uma preocupação com a precisão acadêmica e o aprofundamento de conceitos e questões que se colocam, bem como de suas interrelações.
Publicado
2019-05-01
Seção
Sessões Temáticas